Bazar na escola

fonte: Revista Pais&Filhos

Troca-troca

Algumas escolas já organizam bazares de troca de materiais e uniformes entre os pais, o que ajuda o bolso e o meio-ambiente

Janeiro é mês de fazer a matrícula dos pequenos na escola e comprar material escolar e uniformes. É um período em que a gente gasta um pouquinho a mais. Pensando nisso, algumas escolas já promovem, nessa época do ano, bazares de uniformes e livros entre os pais.

É o caso do Colégio Santa Maria, em São Paulo. Há 10 anos, sua Associação de Pais e Mestres realiza o Projeto Brechó de Uniformes e Livros. A ideia surgiu de um grupo de mães que já fazia as trocas entre elas e, depois, procuraram a escola para expandir o bazar.

Funciona assim: nos quatro primeiros dias, os pais doam o que puderem e recebem um vale-livro ou vale-uniforme, sempre equivalente ao que foi doado. Depois, as famílias retornam à escola para fazer a troca. Hoje em dia, a adesão é bem relevante: cerca de 30% dos pais participam do projeto.

As crianças aprendem a importância de cuidar do material escolar, que será reutilizado por outro aluno, além de noções de economia e do valor do dinheiro.

Em 2009 foram realizadas 651 trocas de livros e 527 de uniformes. O material que sobra fica disponível em um sebo permanente da Associação de Pais e Mestres ou é encaminhado para instituições assistenciais.

Claudia Visoni, autora da coluna Sustentável Leveza de Ser, aqui na Pais & Filhos, também ajudou a organizar um bazar de uniformes e materiais escolares no colégio em que os filhos estudam, o Vera Cruz, em São Paulo. Ela faz parte do grupo de pais da escola que realizou, no ano passado, a Troca Solidária.

O grupo criou o bazar para promover uma discussão sobre o consumo consciente e estimular o desenvolvimento de uma visão mais econômica e sustentável do mundo.

Ela e mais quatro voluntárias se revezaram para recolher e doar roupas, livros e outros materiais. A escola entrou na brincadeira e incentivou os pais e alunos a reaproveitarem as pastas e cadernos que não acabaram e disponibilizou sacolas de pano para as compras. O projeto, claro, vai continuar, dessa vez com uma maior organização, mais voluntários, mais pais querendo participar e com dias separados para a coleta e a doação.

E a adesão? Muita gente apareceu, a maioria apenas para doar e depois comprar coisas novas. Mas Claudia percebeu que as crianças eram influenciadas pelos pais. Os adultos que se mostravam abertos à possibilidade da troca traziam consigo filhos animados e livres de preconceitos.

Por isso, que tal participar do bazar da escola dos seus filhos? E, se não tem, você  pode sugerir ou organizar um. Claudia ensina que não é preciso grande estrutura, nem que seja oficial. Um simples e-mail para os pais que você conhece já pode ser um começo. Depois é só falar com a escola.

Os filhos seguem os exemplos dos pais. E um dos melhores exemplos que podemos passar é mostrar que nos importamos com a sustentabilidade. Lembre-se de que ser ecológico não é apenas reciclar, mas também reduzir e reutilizar. Passar noções de economia e solidariedade é uma ótima forma de começar o ano. E isso não é só responsabilidade da escola. Faça a sua parte.  

_{Kelly Cristina Soares, mãe de Maria Luísa, é secretária da Associação de Pais e Mestres do Colégio Santa Maria. TEL.: (11) 2198-0600  http://www.colsantamaria.com.br 
Claudia Visoni, mãe dos gêmeos Alex e Julieta, é jornalista e participa da Organização de Pais Solidários do Colégio Vera Cruz. TEL.: (11) 3021-2050  http://www.veracruz.edu.br}